O Mormo é uma zoonose que afeta mamíferos, inclusive humanos, e, geralmente acomete equídeos (cavalos, mulas, burros, asnos e zebras). É uma doença letal, causada pela bactéria Burkholderia mallei. Os sintomas são caracterizados por secreção e ferimentos nasais que evoluem rapidamente para inflamação, necrose (apodrecimento) e hemorragias na área do nariz. A forma pulmonar se caracteriza por um quadro de pneumonia. Na pele, em alguns casos é possível observar feridas, principalmente nos membros posteriores. Animais de boa saúde embora portadores da zoonose, podem não apresentar sinais, mas serem transmissores da doença. Nestes casos podem apresentar claudicações (manqueiras). O animal também pode apresentar fadiga, tosse, febre, apatia e emagrecimento. A doença é um perigo no Brasil e países em que apresentam situações de penúria, pois não tem cura e mata tanto animais como humanos, podendo levar a óbito em até 48 horas.
Fonte: Cartilha “Mormo” – Laboratório Paddock de Análises Clínicas Veterinárias;
Temas como Trânsito Animal, Capacitação de veterinários para emissão de GTA's e Zonas Livres de Mormo no Brasil foram abordados pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) encaminhou, no dia 10 de junho, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), contribuições para a construção de documento com diretrizes para prevenção, controle e erradicação do mormo no território nacional, no âmbito do Programa Nacional de Sanidade de Equídeos (PNSE).
O CFMV reforçou que os princípios contidos no Guia Brasileiro de Boas Práticas para Eutanásia de Animais do CFMV devem ser utilizados.
O Conselho Federal sugere que todos os materiais descartáveis nas instalações com casos da doença, que incluem restos de alimentos e o material que forra as baias e os estábulos, devem ser queimados ou enterrados, de acordo com recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Também recomenda que a exigência de habilitação de capacitação do médico veterinário, que no texto original seria promovida pelo Mapa, seja feita pelo Serviço Veterinário Oficial. A justificativa do CFMV é que a capacitação pode ser feita também por Órgãos Executores de Sanidade Animal.
Além de resultado positivo no teste de mormo, o CFMV sugere acrescentar casos de testes inconclusivos, que também podem ser considerados suspeitos. Também sugere o acréscimo da apresentação de atestado clínico como uma das exigências para o trânsito interestadual de equídeos.
Zona livre de Mormo
O período de reconhecimento de uma Unidade Federativa como zona livre de mormo também foi contestado pelo CFMV, já que no texto da instrução normativa bastava que não houvesse registro da doença durante os últimos três anos.
Segundo o Conselho, o período contradiz o preconizado pela OIE no Código Sanitário de Animais Terrestres, que coloca também como possibilidade de zona livre a não detecção de nenhum caso no período de pelo menos seis meses e o estabelecimento de um programa de vigilância que demonstre a ausência da enfermidade.
A obrigatoriedade da notificação do mormo às autoridades locais de saúde pública também foi reforçada no documento.
Fitas utilizadas no exame de Western Blotting foram validadas e laboratórios já podem analisar exames estocados, eliminando falsos positivos.
Em encontro, na última quarta-feira (22), entre o coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado federal Jeronimo Goergen (RS) e o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel foram informadas a aprovação de novas medidas para o Exame do Mormo, referente ao teste sorológico de Western Blotting. Saiba mais sobre Western Blotting
Segundo Rangel, esta técnica tem um nível de precisão mais elevado que o da Maleína e os exames do mormo estocados poderão revelar os falsos positivos, evitando sacrifícios desnecessários de cavalos diagnosticados com a zoonose.
O curioso é que o MAPA já se utiliza desta técnica para detecção do Mormo, conforme descreve este documento eletrônico da Secretaria de Defesa Agropecuária.
Segundo Jeronimo Goergen, o mesmo foi informado por Luís Eduardo Rangel que num futuro próximo, será possível chegar num nível de precisão de 99%, através da análise molecular.
"Esse avanço é fundamental para que possamos conquistar um status sanitário adequado e tranquilizar os criadores, que hoje vivem um ambiente de muitas incertezas”, afirmou o parlamentar.
Instrução Normativa N°9/2016
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já finalizou a Consulta Pública que servirá de base para a edição de uma Instrução Normativa que vai estabelecer as diretrizes para a prevenção, controle e erradicação do mormo.
Foram recebidas 192 contribuições durante os 30 dias de prazo aberto para o recebimento das sugestões.
“Será montado um comitê de assessoramento que envolverá a área técnica do Mapa e representantes da sociedade civil. Isso será fundamental para eliminar os gargalos que existem nessa relação entre governo e criadores, como a constante reclamação da falta de informações precisas sobre a divulgação dos laudos e um cronograma preciso de desinterdição de uma propriedade com suspeita de mormo”, explicou Goergen.
De acordo com a instrução normativa estudada pelo Mapa, diante de um caso de suspeita de mormo, o Serviço Veterinário Oficial deverá realizar investigação clínica e epidemiológica do caso suspeito e demais equídeos do estabelecimento; definir as unidades epidemiológicas que serão objeto de medidas sanitárias; se necessário, determinar o isolamento dos casos suspeitos e a interdição das unidades epidemiológicas envolvidas até a conclusão das investigações e submeter os demais animais suspeitos a testes laboratoriais.
Fonte: Assessoria Gabinete do Deputado Federal Jerônimo Goergen.
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Médicos Veterinários particulares poderão emitir Guia de Trânsito Animal
Aconteceu ontem (17), em Uruguaiana, Audiência Pública para debater a ampliação do exame do mormo, de 60 dias para 180 dias, e novas alternativas para aumentar o controle sanitário e emissão de Guias de Trânsito Animal.
Emissão de Guias de Trânsito Animal
Outro tema que foi abordado foi a Instrução Normativa N°9/2016 , publicada no último dia 09, no Diário Oficial do Estado, que habilita médicos veterinários privados para ajudar a SEAPI/RS no controle sanitário e na Emissão de Guias de Trânsito Animal nos eventos com aglomeração de ruminantes e/ou equinos em que o Serviço Veterinário Oficial (SVO) não possa estar.
Conforme o secretário de agricultura do RS, Ernani Polo, os profissionais fiscalizarão o ingresso de animais nos eventos, cadastrando os mesmos e emitindo as GTAs de saída, certificando-se de que os animais tenham boa sanidade e cuidados relativos ao bem estar animal.
A habilitação dos veterinários fica condicionada à capacitação promovida pelo SVO, e terá validade de um ano. “Desta forma poderemos atender presencialmente um maior número de eventos, agilizando as emissões de GTAs, com a devida responsabilidade sanitária e controle da secretaria da agricultura, pecuária e irrigação”, avalia o secretário.
A medida segue exemplo de outros estados como São Paulo e Minas Gerais que permitem que veterinários particulares emitam Guias de Trânsito Animal desde 2013, conforme Legislação Estadual.
A Audiência que tratou sobre o Exame do Mormo no RS foi realizada no Salão de Eventos do sindicato dos Despachantes Aduaneiros do RS, contou com a presença do secretário estadual da Agricultura, Ernani Polo, o deputado Frederico Antunes; autoridades municipais; além de lideranças regionais e representantes de entidades rurais; Centro de Tradições Gaúchas, Piquetes e Movimento de Tradição Gaúcha.
Segundo o Secretário a decisão de aumentar o prazo de validade sobre o mormo em equinos, um ano após o registro do primeiro caso, foi tomada após levantamento feito em conjunto com o Ministério da Agricultura. De junho de 2015 a abril de 2016, dos 180.052 mil animais testados em 489 municípios, 179.944 deram resultado negativo, com 62 casos positivos confirmados, ou 0,034% do total.
“Chegamos a esta ampliação, após verificarmos a baixa incidência da doença. Nosso objetivo é manter o controle e o monitoramento do mormo, medida que estamos realizando de forma eficaz. Por outro lado, é fundamental que os proprietários realizem exames, inclusive naqueles animais que não foram testados, para que o cerco à doença aumente”, disse.
Já o deputado Frederico Antunes afirmou que "de forma alguma, esta medida é um afrouxamento das regras. Pelo contrário, está amplamente embasada em testes e cruzamentos de dados, e trará benefícios a todos”, frisou.
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Estará presente o secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo.
A Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa realiza amanhã, sexta-feira (17), às 9h, no Salão de Eventos do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do RS, audiência pública para tratar sobre o decreto emitido pelo governo do Rio Grande do Sul que trata sobre o "Exame do Mormo", cujo prazo de validade foi ampliado recentemente de 60 para 180 dias.
O secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, estará presente no encontro.
Na semana passada, a SEAPI/RS anunciou a decisão de ampliar a validade do exame do mormo para transporte de equinos e equídeos, de 60 para 180 dias dentro do Estado do Rio Grande do Sul.
O anuncio ocorreu em audiência, ocorrida no último dia 6, na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Durante a audiência, que contou com a presença de entidades do setor agropecuário, lideranças e autoridades, o secretário Ernani Polo apresentou levantamentos técnicos feitos por um grupo de trabalho durante um ano, desde a primeira confirmação da doença no RS.
A audiência em Uruguaiana, que ocorrerá amanhã, é a primeira da agenda para debater com a sociedade civil rio grandense sobre o Exame do Mormo e faz parte de um cronograma de vários audiências que ocorrerão no Estado para debater a questão.
Ainda nesta semana, a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação estará emitindo uma instrução normativa aumentando a validade do exame do mormo, de 60 para 180 dias.
A ampliação do prazo, no entanto, ficará restrita ao Estado do Rio Grande do Sul. Para o transporte de equinos para outros Estados e países, no entanto, segue a normativa do Ministério da Agricultura, que estipula o prazo de 60 dias.
As informações são do presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembleia Legislativa, deputado Adolfo Brito, que participou de reunião realizada pela Secretaria na tarde desta segunda-feira, 6.
Durante a audiência, que contou com a presença de entidades do setor agropecuário, lideranças e autoridades, o secretário Ernani Polo apresentou levantamentos técnicos feitos por um grupo de trabalho durante um ano, desde a primeira confirmação da doença no RS.
Conforme Polo, foram realizados 180 mil e 52 exames, em 489 municípios gaúchos, e confirmados somente 62 casos, alcançando um índice de 0,034%.
"Cumprimentamos o secretário Ernani Polo e toda a equipe técnica que esteve engajada neste levantamento, pela abrangência do trabalho. Estamos satisfeitos com as medidas tomadas pela Secretaria e, com certeza, as informações servirão de base para dar continuidade às nossas ações na Assembleia", disse Adolfo Brito.
Ainda segundo o presidente da Comissão de Agricultura, diversas audiências públicas sobre a doença do mormo serão realizadas pelo Estado. A primeira delas ocorrerá em Uruguaiana, no próximo dia 16 de junho.
Os humanos também podem contrair a doença, apesar de não ter notícia de nenhum caso desde o inicio do século XX. Como podemos ver na imagem, em 1912, o Mormo ou Lamparão no ainda matava. Atualmente, quem sofre são os cavalos e equídeos de uma forma geral.
No Brasil em 2015 foram 263 casos notificados para a Organização Mundial da Saúde Animal, no primeiro semestre espalhados todo território nacional.
O Mormo é uma doença letal, causada pela bactéria Burkholderia Mallei. Os sintomas são caracterizados por secreção e ferimentos nas vias aéreas, que evoluem rapidamente para inflamação, necrose, que é o apodrecimento da pele, acompanhadas de hemorragias. A forma pulmonar se caracteriza por um quadro de pneumonia. Na pele, podem aparecer feridas entre outros sintomas, principalmente na parte posterior do animal causando manqueiras.
Pouco conhecida até 2012, o Mormo é uma zoonose que tem esquentado a cabeça de veterinários brasileiros no trato a equino e equídeos. Em maio de 2012, a Organização Mundial da Saúde Animal recebeu o primeiro informe da doença no Brasil. Segundo o documento, o primeiro foco oficialmente notificado em 2012 teria sido em uma fazenda no Município de Varzelandia em Minas Gerais.
Como consequência, uma vez notificada a doença em território brasileiro, o país é submetido a uma serie de restrições na exportação de animais vivos ou carne para alguns países.
Divulgado pelo próprio MAPA, oficialmente foram 266 casos de Mormo no Brasil, primeiro semestre de 2015.
Obrigatoriamente o Brasil deve notificar determinadas zoonoses a ORGANIZAÇAO MUNDIAL DA SAUDE ANIMAL, a OIE , dentre elas, o Mormo, segundo o Código Zoossanitário Internacional.
Consultada a base de dados da Organização Mundial da Saúde animal ainda não foi atualizada com as ocorrências da doença do segundo semestre de 2015.
O Mormo no Rio Grande do Sul.
Neste infográfico podemos analisar os casos da doença que atingiu fortemente a Região Sul do país.
Os dois primeiros casos foram no município de Rolante em junho de 2015, sendo que um foi sacrificado e o outro morreu em decorrência da doença. Os casos foram notificados a Organização Mundial da Saúde Animal, já disponível na base de dados da organização. O blog Mormo no Brasil também deixou uma cópia do documento na sessão de Referências Bibliográficas. O segundo caso no Município foi em setembro, o animal foi sacrificado no mesmo mês.
Em Alegrete 01 foco com um equino positivo. Os proprietários afirmam que animal é sadio e obtiveram uma liminar na justiça para manter o animal vivo.
Uruguaiana: um foco. Um equino positivo. Proprietários obtiveram liminar na justiça para evitar sacrifício.
Santo Antonio das Missões: Um foco com cinco equinos positivos. Todos foram sacrificados.
São Jorge: Um foco com um equino positivo.
No Município de Cruz Alta em setembro um animal positivo foi sacrificado. Novamente em novembro foi constatada uma propriedade com oito animais com suspeita da doença. Um animal foi sacrificado. Os proprietários entraram com ação na justiça e obtiveram uma liminar evitando o sacrifício pelas mãos do juiz Sérgio Manduca Rosa Lopes.
Boa Vista Do Cadeado: Um foco com um equino positivo, animal foi sacrificado em setembro.
Nova Ramada: Um foco com um equino positivo animal também foi sacrificado em setembro.
Pelotas: Um foco com um equino positivo, animal é mantido vivo por força de liminar.
Camaquã: Um foco com um equino positivo, animal foi sacrificado.
Três de Maio: Um foco com um equino positivo.Fato recentemente noticiado da égua “Dona Chica”. Proprietário luta na justiça para manter a égua viva. Animal também é mantido vivo por força de liminar.
Porto Alegre: Um foco com um equino positivo, animal morreu em decorrência da doença.
Rio Pardo: Um foco com um animal positivo. Animal sacrificado.
Machadinho: Um foco com um equino positivo, animal também foi sacrificado.
Tupanci do Sul: Um foco com quatro equinos positivos. Animais são mantidos vivos por força de liminar.
Esmeralda: Um foco, com um equino positivo. Liminar foi indeferida e o animal sacrificado.
Cruzeiro do sul: Um foco. Um animal foi sacrificado.
Passa sete: Um foco. Três equinos positivos, todos os animais sacrificados.
Quarai: Um foco com um animal que foi sacrificado.
São Borja: Um foco com u equino positivo. Equino foi sacrificado.
No segundo semestre de 2105 foram constatados 39 casos positivos do Mormo apenas no Estado do Rio Grande do Sul pelo Serviço Veterinário Oficial, lembrando que muitos diagnósticos ainda são contestados por medidas judiciais em andamento.
O Blog Mormo no Brasil tem o único intuito de colaborar e informar dados estáticos e fatos relacionados à ocorrência da zoonose no Brasil do ponto de vista social e político.
A cada semana surgem novos casos de Mormo no Brasil entre equinos e equídeos, o Governo Federal por meio do Ministério da Agricultura (MAPA) abriu uma consulta pública em Maio a Junho de 2016 para estabelecer uma nova Instrução Normativa que definirá o controle, prevenção e tratamento da doença no Brasil.
Atualmente as regras que norteiam o controle, prevenção e tratamento do Mormo no Brasil é a Instrução Normativa n°24/2004.